Posts Relacionados

O Allianz Parque parecia respirar junto com os 55 mil fãs que lotaram suas arquibancadas e pista. Era o maior show da história do Bring Me The Horizon, uma banda que cresceu a olhos vistos desde seus dias de deathcore em clubes pequenos para se tornar um dos maiores nomes do rock moderno. Mas o que aconteceu naquele sábado foi uma celebração coletiva, onde cada riff, cada verso e cada explosão de luz e fumaça pareciam um convite à imersão total.

Bring Me The Horizon lota o Allianz e entrega uma experiência para durar uma vida
Bring Me The Horizon lota o Allianz e entrega uma experiência para durar uma vida | Foto: Renan Facciolo

O público, que começou a chegar ainda pela manhã, foi recebido por um mini-festival cuidadosamente orquestrado. O The Plot in You abriu a tarde com um set pesado, mas intimista, que aqueceu as primeiras almas corajosas a encarar a pista já lotada. Apesar de problemas no som, a banda conseguiu arrancar gritos e aplausos com hinos como “Feel Nothing” e “All That I Can Give”. Entre crowd surfing e a expectativa crescente, o clima estava montado para o que viria a seguir. Além deles o evento contou com shows muito bem orquestrados das bandas  Motionless In White e Spiritbox.

Quando a noite caiu e as luzes do estádio se apagaram, o palco se transformou em uma ópera apocalíptica. Projeções de personagens virtuais bizarros (e de alguma forma aconchegantes) interagiam com os músicos, criando uma narrativa visual que acompanhava o setlist focado nos dois álbuns mais recentes da banda: Post Human: Nex Gen e Post Human: Survival Horror. Mas nem só de novidades viveu o show. Faixas icônicas como “Can You Feel My Heart” e “Shadow Moses” foram recebidas como velhos amigos, com o público cantando tão alto que às vezes parecia superar o sistema de som.

O palco em si era um espetáculo à parte. Fogo, faíscas, lasers e papel picado transformaram cada música em um evento autônomo. MC Lan e Di Ferrero foram as cerejas do bolo, trazendo colaborações inesperadas que, longe de diluir a essência do show, ampliaram sua pluralidade. Foi um momento em que purismo ficou do lado de fora e a celebração do agora tomou conta.

E o público? Esse foi um capítulo à parte. Se nos primeiros moshs já se via a adrenalina explodindo, o cuidado entre os fãs foi outro destaque. Cada queda era seguida de mãos estendidas, cada deslize virava um momento de solidariedade. Ali, em meio ao caos organizado, a comunidade do rock mostrou que ainda sabe cuidar de si mesma.

Pesquisas recentes mostram que a música ao vivo pode fazer mais do que emocionar, ela literalmente melhora nossa saúde. Em shows como o do Bring Me The Horizon, onde a energia é contagiante, as sensações de euforia são alimentadas pelos chamados “hormônios da felicidade”: endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina. Durante a apresentação, esses neurotransmissores entraram em ação, transformando os moshs e os gritos do público em momentos de pura terapia coletiva. A camaradagem foi notável cada queda era seguida por mãos que ajudavam, e a energia do palco reverberava na plateia como um abraço invisível, mas poderoso.

O show foi uma experiência que transcendeu o entretenimento, comprovando na prática o que a ciência sugere, que arte e emoção podem revitalizar. O maior espetáculo da história do BMTH não apenas consolidou o grupo como um dos grandes nomes do rock, mas também celebrou a capacidade humana de se conectar e encontrar alegria. Para os 55 mil presentes, talvez tenha sido mais que uma noite inesquecível, foi uma dose de vida, compartilhada e eterna.

Facebook

Posts Relacionados