O último sábado, 6 de dezembro, foi um marco na história do heavy metal. No Allianz Parque, em São Paulo, o Iron Maiden entregou uma performance que celebrou seu legado, mesclando paixão, técnica e emoção em uma noite inesquecível. Além do espetáculo em si, o show marcou a despedida de Nicko McBrain, baterista que por mais de quatro décadas foi uma peça essencial na sonoridade única da banda. O adeus foi embalado por uma das apresentações mais impactantes do grupo no Brasil.

A turnê “The Future Past” apresentou uma proposta ousada: unir o frescor do álbum mais recente, Senjutsu (2021), com a força nostálgica de Somewhere in Time (1986), um dos discos mais icônicos da carreira do Maiden. O setlist trouxe raridades como “Alexander the Great”, tocada ao vivo pela primeira vez, além de outras faixas que há anos não apareciam em shows. Cada música foi recebida com entusiasmo arrebatador, refletindo a relevância atemporal do repertório da banda.
Antes do show principal, a banda dinamarquesa Volbeat realizou a abertura com um set enérgico, aquecendo o público para o momento mais esperado da noite. Quando os acordes de “Doctor Doctor”, do UFO, começaram a ecoar, a expectativa explodiu em cânticos e aplausos.
Com a entrada do Iron Maiden, o estádio foi tomado por uma experiência audiovisual impressionante. A produção impecável trouxe telões gigantes, efeitos pirotécnicos e cenários que mesclavam a estética futurista de Somewhere in Time com as referências históricas de Senjutsu. Eddie, o icônico mascote da banda, apareceu em momentos triunfais, reforçando o caráter épico do espetáculo.
Musicalmente, a banda entregou uma aula de performance. Bruce Dickinson, em plena forma vocal, conduziu o público com energia e carisma, alternando entre momentos dramáticos e gritos emocionados. Steve Harris, com sua marca registrada no baixo, manteve a base rítmica sólida, enquanto os guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers criaram um mosaico sonoro que reafirmou o Iron Maiden como referência absoluta no gênero.
Nicko McBrain, mesmo enfrentando desafios de saúde, teve uma atuação brilhante. Sua precisão e carisma ao longo do show emocionaram a todos, e sua despedida foi recebida com aplausos de pé. A transição para Simon Dawson, músico de longa data na órbita de Steve Harris, garantiu que a banda continuará em boas mãos para os próximos capítulos de sua trajetória.

Ao longo da noite, o Iron Maiden reafirmou por que ocupa um lugar de destaque na história da música. Com uma apresentação técnica, emocional e culturalmente significativa, a banda conectou diferentes gerações, provando que o heavy metal é muito mais que um gênero: é uma celebração de histórias e legados.