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Último ato do Black Sabbath marca a despedida de Ozzy Osbourne dos palcos

O que começou como mais um grande espetáculo do rock acabou selando algo que a história vai carregar com reverência: o último ato de Ozzy Osbourne nos palcos. Aos 76 anos, diagnosticado com Mal de Parkinson e visivelmente debilitado, o vocalista do Black Sabbath enfrentou o corpo e o tempo como sempre enfrentou tudo com teatralidade, peso e entrega. O que aconteceu em Birmingham, neste 5 de julho, foi um verdadeiro rito. Uma cerimônia para marcar o fim de um ciclo que moldou gerações inteiras.

Último ato do Black Sabbath marca a despedida de Ozzy Osbourne dos palcos
Último ato do Black Sabbath marca a despedida de Ozzy Osbourne dos palcos

Ozzy surgiu no centro do palco como uma visão que mistura fantasia e resistência. Sentado em um trono preto, com caveiras nos apoios de braço, ele se impôs sem precisar se levantar. A imagem de um rei que continua no comando, mesmo com o corpo traindo a vontade. De lá, conduziu a plateia por cinco clássicos da banda, em uma performance contida, porém carregada de simbologia. Nada ali era sobre potência vocal. Tudo era sobre presença.

Desde 2022, ele havia desaparecido dos holofotes. Nenhuma aparição pública, nenhuma nota de palco. Mas escolheu retornar, ainda que por pouco tempo, à frente da banda que ajudou a fundar o heavy metal. E a cidade natal foi o lugar exato para isso. Birmingham não foi apenas o cenário, foi parte da narrativa.

A formação original do “Black Sabbath” voltou a se reunir depois de vinte anos, com Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward completando o quarteto. A estrutura do evento foi adaptada especialmente para que Ozzy pudesse estar ali, mesmo sabendo-se desde o início que ele não aguentaria o show inteiro. A ideia nunca foi resistir até o fim. Foi marcar presença com significado.

A despedida do “Black Sabbath” acabou tomando proporções maiores e se transformou em um festival. Metallica, Slayer, Guns N’ Roses, Anthrax, Gojira e outros nomes pesados ocuparam o palco, num tributo coletivo à herança que essa banda representa. Não era apenas um fim. Era o reconhecimento de uma origem.

Parte da renda do evento foi direcionada a instituições filantrópicas locais. Mas o maior valor da noite não foi arrecadado em libras. Foi cravado na memória. O Black Sabbath se despediu, e Ozzy deixou o palco não como um homem que não consegue mais se levantar, mas como alguém que ainda consegue mover multidões apenas por existir.

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