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No final de uma tarde chuvosa no Knotfest Brasil 2024, o palco foi tomado pela tempestade sonora do Meshuggah. A banda sueca, que desde os anos 80 redefine o metal extremo com sua complexidade polirrítmica e brutalidade inigualável, entregou uma performance que levou o público ao êxtase, mesmo com a chuva que começava a se dissipar. O clima sombrio e a garoa paulistana só intensificaram a atmosfera pesada e envolvente criada pelos mestres do metal experimental.

Meshuggah domina o Knotfest Brasil 2024 com fúria e precisão técnica
Meshuggah domina o Knotfest Brasil 2024 com fúria e precisão técnica | Foto: Renan Facciolo

Com uma carreira que se estende por décadas, o Meshuggah é conhecido por transcender os limites do gênero. Seu setlist no Knotfest foi uma verdadeira aula de brutalidade técnica, abrindo com a sinistra “Broken Cog” e rapidamente mergulhando o público em um vórtice de dissonância e fúria, com faixas como “Rational Gaze” e “Bleed”, que, como esperado, causaram uma verdadeira catarse coletiva. A precisão da execução foi impecável, cada nota, cada batida, foi entregue com a intensidade cirúrgica que se espera de uma banda tão refinada.

O vocalista Jens Kidman não deixou por menos, comandando a multidão com sua presença poderosa, enquanto Fredrik Thordendal e Mårten Hagström descarregavam riffs angulares que ecoavam como trovões, uma combinação que apenas guitarras de oito cordas conseguem alcançar. Tomas Haake, na bateria, mais uma vez provou por que é considerado um dos bateristas mais técnicos e inovadores da cena, com suas batidas matemáticas criando um ritmo hipnótico e implacável, que ressoava no peito de cada um presente.

Apesar do setlist relativamente curto, a banda não precisou de muito tempo para deixar sua marca no festival. Com canções como “Demiurge” e “Future Breed Machine”, o Meshuggah mergulhou fundo em sua jornada musical, desde suas raízes thrash metal até suas mais recentes explorações no djent e no metal progressivo. Cada faixa foi uma explosão controlada de caos, e mesmo quem já tinha visto a banda ao vivo antes pôde perceber algo diferente nessa apresentação. A energia do público brasileiro, tão exaltada pela banda, fez toda a diferença, como eles próprios admitiram ao final do show.

O Meshuggah não é sobre entretenimento fácil ou refrões explosivos. Eles desafiam seus ouvintes, colocando cada mente à prova com músicas que se recusam a seguir padrões simples. E no Knotfest, essa filosofia brilhou intensamente.

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