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Mesmo sem os outros Ramones, a lenda continua viva. Em um sábado (5) lotado no Carioca Club, em São Paulo, Marky Ramone provou que o punk pode envelhecer, mas não perde a força. Aos 72 anos, o baterista apresentou um set explosivo, com mais de 30 músicas que fizeram história, em um show que foi mais do que uma homenagem: foi uma celebração à eterna urgência dos três acordes.

Marky Ramone revive o espírito punk no Carioca Club
Marky Ramone revive o espírito punk no Carioca Club

A turnê “Blitzkrieg 2025” já havia passado por Curitiba, Belo Horizonte e Brasília onde contou com a participação de Digão, do Raimundos antes de chegar à capital paulista. Em São Paulo, o público foi brindado com um verdadeiro desfile de clássicos dos Ramones, incluindo “Rockaway Beach”, “Pet Sematary”, “I Wanna Be Sedated” e, claro, o hino “Blitzkrieg Bop”, que encerrou a noite como não poderia deixar de ser.

A banda de apoio, entrosada e afiada, manteve o espírito original com respeito, mas sem engessamento. A performance teve o mesmo ritmo frenético que moldou a identidade dos Ramones músicas curtas, diretas e empilhadas umas sobre as outras, como numa explosão contínua de energia. A ausência de discursos longos entre as canções ajudou a manter o clima punk intacto: era sobre música, suor e pogo.

O repertório foi um mergulho na discografia do grupo, com faixas de diversas fases da banda. “Teenage Lobotomy”, “Sheena Is a Punk Rocker” e “Gimme Gimme Shock Treatment” trouxeram o espírito rebelde dos anos 70 de volta ao palco. Já músicas como “I Believe in Miracles” e “The KKK Took My Baby Away” revelaram o lado mais irônico e lírico da banda.

Marky, sempre discreto no fundo do palco, é a peça-chave dessa engrenagem: foi ele quem comandou a bateria de boa parte dos álbuns clássicos dos Ramones e esteve presente em mais de 1.400 shows da banda. Mesmo não sendo membro fundador, é hoje o único integrante vivo das formações históricas. Sua presença carrega peso, memória e respeito.

No domingo (6), a turnê seguiu para Suzano, na Grande São Paulo, como parte do evento Magic Rock, ao lado da banda Inocentes e de um DJ set de João Gordo uma dobradinha que só reforça o elo do punk brasileiro com a escola novaiorquina que os Ramones ajudaram a fundar.

Mais do que uma viagem nostálgica, o show de Marky Ramone em São Paulo foi um lembrete: o punk sobrevive seja nos riffs simples, nas letras diretas ou no coração dos fãs que ainda levantam os punhos quando ouvem “Hey! Ho! Let’s Go!”.

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