Ygor Monroe 
No palco secundário do Knotfest, o Krisiun mostrou por que é um pilar do death metal mundial. Sem firulas, sem excessos, eles entregaram exatamente o que se espera de uma banda que vive e respira brutalidade há mais de três décadas: um show visceral, direto ao ponto, que sacudiu as estruturas do festival e marcou cada nota com peso e precisão.
Para os fãs de longa data, foi como voltar pra casa, a sequência de riffs cortantes e uma bateria que mais parece uma metralhadora. Mas para quem assistiu ao Krisiun pela primeira vez, a experiência foi quase religiosa: a brutalidade do death metal em seu estado mais cru e honesto, martelando no peito e levando a plateia a uma catarse coletiva.
O setlist não decepcionou, com pedradas como “Ominous“, “Combustion Inferno“, “Blood of Lions“, e a destruidora “Scourge of the Enthroned“. Cada faixa foi recebida com entusiasmo insano pelo público, que não parava de banguear e agitar, formando rodas de mosh de respeito. A banda, formada pelos irmãos Alex Camargo (baixo e vocal), Max Kolesne (bateria) e Moyses Kolesne (guitarra), estava afiada, sem perder o fôlego, e interagiu o tempo todo com a galera, mostrando que o Krisiun é tão familiar quanto brutal.
Alex, sempre firme no vocal e no baixo, trocava olhares cúmplices com o público como quem diz: “É disso que a gente gosta, e é por isso que estamos aqui.” E o público respondia com paixão. O show foi um ritual de expansão sonora em que os fãs, muitos já calejados, seguiram o trio gaúcho como se estivessem em um culto de metal extremo.
A trajetória do Krisiun, desde sua formação em Ijuí, Rio Grande do Sul, até sua consagração como um dos grandes nomes do brutal death metal, se reflete em cada acorde, cada batida. A banda, que começou absorvendo influências de Slayer e Morbid Angel, transcendeu essas inspirações e, ao longo dos anos, construiu uma identidade própria que se espalha em todos os cantos do mundo.
No Knotfest, eles reafirmaram o que todos já sabiam: o Krisiun não vem pra brincar, e quem esteve ali saiu marcado pela intensidade de uma das bandas mais respeitadas e implacáveis do metal extremo.
