James Blunt passou novamente por São Paulo nesta terça-feira, 8 de julho, para um único show no Terra SP. A apresentação integrou a “Back to Bedlam 20th Anniversary Tour”, turnê mundial que celebra as duas décadas do álbum que projetou o britânico ao topo das paradas globais. O espetáculo cumpriu exatamente o que prometia: uma execução ao vivo do disco na íntegra, acompanhada por outros destaques da discografia que consolidaram Blunt como um dos nomes mais sólidos da música.

A casa esteve praticamente lotada e o público demonstrou familiaridade imediata com o repertório. Logo na abertura com “High”, ficou claro que o show seguiria à risca o alinhamento do álbum de estreia. O cantor, que apareceu de cabelo recém-cortado em São Paulo (procedimento divulgado dias antes pelo salão Circus) mostrou-se confortável no palco, interagindo pontualmente com o público, sem exageros. O tom bem-humorado de Blunt, marca que o acompanha desde o início da carreira, também deu as caras em pequenas piadas e agradecimentos em português, recurso que costuma utilizar em passagens pelo país.
A execução técnica foi o ponto alto da noite. Faixas como “Wisemen”, “Goodbye My Lover” e “Tears and Rain” soaram fiéis às versões originais, com leves alterações nos arranjos que trouxeram frescor ao material sem descaracterizar as composições. A banda que o acompanha, formada por músicos experientes, garantiu a solidez dos backing vocals e a sustentação instrumental que as canções exigem, sobretudo nos momentos em que Blunt se dedicou exclusivamente ao vocal, sem o violão.
“Out of My Mind”, “Billy”, “Cry” e “So Long, Jimmy” mantiveram a atmosfera intimista do disco, mas foi em “You’re Beautiful” que o público reagiu com maior entusiasmo. A canção, inevitavelmente, segue como ápice da popularidade do artista, e o coro coletivo tomou conta do Terra SP do início ao fim. Na sequência, “No Bravery” e “I’ll Take Everything” encerraram a execução do álbum, respeitando o tracklist original, algo que o cantor tem reproduzido em todos os shows dessa turnê comemorativa.
Superada a homenagem ao disco de 2004, James Blunt avançou para sucessos posteriores. O setlist trouxe uma seleção que incluiu “Carry You Home”, “Postcards”, “Stay the Night”, além da releitura de “OK”, hit eletrônico do DJ Robin Schulz que conta com seus vocais e ampliou sua presença em playlists contemporâneas. Já “Bonfire Heart”, “Same Mistake” e “Monsters” reforçaram a versatilidade do cantor ao longo dos anos, transitando com naturalidade entre baladas confessionais e faixas de pegada mais radiofônica.
O encerramento com “1973” selou a noite com energia renovada. Blunt entregou um show que equilibrava nostalgia e atualização, apostando na força das composições que o fizeram vender mais de 20 milhões de álbuns pelo mundo, mas sem abrir mão de mostrar ao público brasileiro seu repertório mais recente, como o do disco “Who We Used To Be”, lançado em 2023.
Em termos de produção, o espetáculo manteve cenografia discreta, luzes bem calculadas e um som nítido, sem oscilações perceptíveis, o que favoreceu o formato que privilegia o canto e as letras. O resultado foi um show tecnicamente competente, que revisitou com exatidão o material de “Back to Bedlam” e reforçou a relevância do britânico no cenário do pop adulto atual.
Próximas datas
Após a passagem por São Paulo, James Blunt segue para Buenos Aires, onde faz dois shows na sequência antes de retomar o giro europeu. O cronograma da turnê inclui apresentações na Espanha, Alemanha, Suíça, Nova Zelândia e Austrália até outubro, consolidando o projeto comemorativo como um dos mais extensos de sua carreira recente.