Se você vive e respira metal, ou até se está dando seus primeiros passos nesse universo, uma coisa é certa: o metal não é apenas um estilo de música, é um estilo de vida. E mais do que isso, é um gênero que se ramifica em dezenas de vertentes, cada uma com seu próprio som, atitude e visão de mundo. Metal é aquela música que fala direto com o coração e com a alma, mas também te desafia a pensar e sentir de maneiras diferentes.
Vamos fazer uma viagem por todos os cantos dessa selva sonora, destrinchando os subgêneros que fazem do metal essa loucura fascinante.
1. Heavy Metal Tradicional
O “pai” de todos os subgêneros, o heavy metal tradicional é onde tudo começou. Ele carrega aquela força bruta que as bandas dos anos 70 como Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin introduziram ao mundo. Guitarras pesadas, bateria marcante, solos épicos e letras que variam de temas políticos a fantasias místicas. É a base que deu vida ao que conhecemos hoje como a vasta paisagem do metal. Se você curte histórias de batalhas épicas ou metáforas sobre a luta interna da alma, o heavy metal tradicional é o seu ponto de partida.
2. Thrash Metal
Agora, se você quer acelerar o ritmo e adicionar uma boa dose de agressividade, o thrash metal é o caminho. Ele surgiu no início dos anos 80, e logo se tornou o porta-voz de uma juventude furiosa com o sistema. O thrash metal é rápido, sujo e direto ao ponto. Combinando a energia crua do punk com a habilidade técnica do metal, ele traz letras que questionam a autoridade, a política, e até os aspectos mais sombrios da natureza humana. É onde os mosh pits se tornam guerras controladas.
3. Death Metal
Quando falamos de peso, brutalidade e técnica, o death metal não tem rival. Nasceu na Flórida, nos EUA, e desde então se espalhou pelo mundo, trazendo suas marcas registradas: vocais guturais, baterias metralhadoras e riffs densos que soam como uma pancada. Liricamente, ele vai fundo em temas que outras vertentes evitam — morte, existencialismo, a finitude da vida e o macabro. O death metal é para quem busca uma experiência mais visceral e agressiva, tanto em termos de som quanto de mensagem.
4. Black Metal
Frio, atmosférico e sombrio, o black metal foi forjado nas terras gélidas da Escandinávia, onde encontrou um solo fértil para sua estética crua e espiritual. O som é mais minimalista, com produção propositalmente suja, vocais rasgados e uma atmosfera que remete a paisagens desoladas. Mas o black metal não é apenas música; ele é um movimento contra o establishment, seja ele religioso, político ou social. Os temas abordados variam do satanismo ao paganismo, mas sempre com um tom desafiador e subversivo. É para quem busca algo mais profundo e transcendente no som.
5. Power Metal
Agora, se você gosta de épicos e de ser transportado para terras de fantasia e batalhas lendárias, o power metal é sua trilha sonora. É o subgênero que mais parece uma viagem a um RPG medieval, com guitarras rápidas, vocais altos e melodias que gritam “heroísmo”. O power metal fala diretamente à sua imaginação, evocando imagens de guerreiros, dragões e reinos distantes. Ele é grandioso, otimista e, acima de tudo, uma celebração da fantasia e da fuga da realidade.
6. Doom Metal
Se o power metal te leva para cima, o doom metal te puxa para baixo. Bem devagar. O doom é um subgênero que aposta no peso arrastado e na melancolia para criar um som avassalador. Cada riff parece carregar o peso do mundo, e as letras exploram temas como a desesperança, o luto e a mortalidade. Inspirado pelo lado mais sombrio do Black Sabbath, o doom é para quem gosta de um som denso, reflexivo e quase ritualístico, onde a lentidão amplifica o impacto emocional.
7. Symphonic Metal
Você curte música clássica e metal? Então o symphonic metal é o melhor dos dois mundos. Com orquestrações majestosas, coros e elementos sinfônicos, esse subgênero une o peso do metal com a sofisticação da música erudita. As letras muitas vezes mergulham em temas épicos ou filosóficos, e as performances ao vivo costumam ser espetáculos cinematográficos. Symphonic metal é um metal “grandioso”, ideal para quem quer uma experiência rica em camadas sonoras.
8. Progressive Metal
O progressive metal é o lar dos músicos mais técnicos e experimentais. Se você gosta de mudanças bruscas de ritmo, composições complexas e letras que fazem você pensar (e pensar de novo), esse é o seu lugar. Com suas raízes no rock progressivo dos anos 70, o progressive metal combina a agressividade do metal com a estrutura imprevisível e a sofisticação do prog. Não é uma música que você simplesmente escuta, você se perde nela.
9. Nu Metal
Nos anos 90, o metal passou por uma nova transformação, abraçando elementos do hip-hop, eletrônica e outros estilos populares. O resultado foi o nu metal, uma vertente que divide opiniões. Com letras introspectivas e muitas vezes sobre questões pessoais, e um som grooveado, ele conquistou uma geração nova de fãs. O nu metal se afastou dos solos virtuosos e das estruturas tradicionais para criar algo mais acessível, embora muitas vezes seja visto como um “ponto de entrada” para iniciantes no gênero.
10. Metalcore
Se você curte a agressividade do thrash, mas também aprecia uma boa melodia, o metalcore oferece o melhor dos dois mundos. Nascido da fusão do hardcore punk com o metal extremo, o metalcore traz breakdowns pesados, vocais alternando entre o gutural e o limpo, e um senso de urgência em suas letras que tratam de temas como a dor emocional, superação e luta interna. É moderno, intenso e, acima de tudo, catártico.
11. Grindcore
Se você acha que o metal já é pesado o suficiente, espere até conhecer o grindcore. Esse subgênero é a epítome da brutalidade, com músicas que muitas vezes não passam de dois minutos, mas que atingem você como uma marreta. Combinando o punk e o death metal em um turbilhão de velocidade e agressão, o grindcore trata de temas como violência, sociedade e até mesmo absurdos da existência humana. É rápido, brutal e sem concessões.
12. Folk Metal
Imagine pegar a fúria do metal e misturá-la com a tradição das músicas folclóricas e instrumentos acústicos. O folk metal é exatamente isso. Ele traz influências de diferentes culturas ao redor do mundo, utilizando instrumentos como flautas, violinos e acordeões para criar uma sonoridade que parece ter saído de uma festa medieval. As letras frequentemente falam sobre mitos, folclores e histórias antigas, tornando cada álbum uma jornada a um passado místico.
13. Post-Metal
Enquanto o grindcore aposta no impacto imediato, o post-metal prefere te levar por uma jornada introspectiva. Esse subgênero é marcado por composições longas, onde o clima e a atmosfera são tão importantes quanto os riffs pesados. Ele mistura elementos do rock experimental, do doom e do sludge, criando um som que muitas vezes parece um mantra hipnótico. Para quem gosta de música que desafia a mente, o post-metal oferece uma profundidade emocional única.
14. Sludge Metal
O sludge metal é uma mistura densa e suja do doom com o hardcore punk. O resultado é um som pesado, arrastado e quase sufocante. Suas letras costumam abordar temas como miséria, dor e autodestruição, criando uma sonoridade que é tanto visceral quanto emocionalmente pesada. Se o doom metal é melancólico, o sludge é raiva crua.
15. Industrial Metal
E por último, mas não menos importante, temos o industrial metal, que une o metal com a estética e o som das fábricas e máquinas. Batidas eletrônicas e riffs de guitarra se unem para criar uma sonoridade mecânica, quase apocalíptica. O industrial metal é sombrio, distópico e carrega uma energia que mistura o caos urbano com a frieza das máquinas.
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