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Recentemente, o CEO da Academia de Gravação, Harvey Mason Jr., fez declarações contundentes sobre o comportamento de alguns membros votantes do Grammy. Revelando estar chocado com a forma desrespeitosa com que certos eleitores consideram a reputação, raça ou gênero dos artistas, ele enfatizou a importância de que as escolhas sejam feitas exclusivamente com base na qualidade musical.

Harvey Mason Jr. sentiu a necessidade de lembrar os mais de 15 mil membros da Academia sobre o peso de suas decisões.A trajetória da carreira e da vida das pessoas é alterada pelas suas escolhas. Como tal, você deve aos seus pares votar intencionalmente, deliberadamente, com orgulho e com propósito,” declarou Harvey.

O CEO ficou especialmente perturbado ao ouvir o relato de um votante que, na última temporada do Grammy, afirmou não levar um artista a sério desde uma apresentação vista há mais de uma década. Segundo Harvey, “Não há lugar em nossa organização para tal preconceito, rancor ou votação descuidada. É sobre o ano em curso e a qualidade do trabalho, ponto final.”

Harvey concluiu com um pedido de compromisso aos votantes: Não deve haver outra razão para votar. Se você está levando em consideração o trabalho mais antigo de um artista, ou sua reputação, ou raça, ou gênero, qual gravadora ele está, quem é seu empresário, quantos amigos participaram do projeto, ou qualquer outra coisa assim, você não está fazendo seu trabalho. Eu sei que a maioria de vocês já faz isso, mas por favor, apenas ouçam a música e avaliem! Você é a razão pela qual o Grammy é tão especial.”

O funcionamento do Grammy

O Grammy Awards, maior premiação da música mundial, teve sua primeira edição em 4 de maio de 1959. Desde então, tornou-se um dos eventos mais importantes da indústria musical, com vencedores icônicos como Ella Fitzgerald e Frank Sinatra na edição inaugural.

A premiação é conhecida por performances memoráveis, como a de Michael Jackson em 1988, onde ele apresentou “The Way You Make Me Feel” e “Man in the Mirror“, e a de Beyoncé em 2017, grávida de gêmeos, performando “Love Drought” e “Sandcastles“.

O processo de votação do Grammy é rigoroso e multifásico. Os artistas submetem seus trabalhos à Academia, onde comitês de mais de 350 pessoas verificam se estão nas categorias corretas. A primeira rodada de votação envolve mais de 20.000 votantes, que podem votar em até 10 categorias de gênero e 6 principais. Após a definição das nomeações, começa a rodada final de votação para decidir os vencedores. Algumas categorias, como “Song of the Year“, têm critérios específicos, enquanto outras são julgadas pelos próprios critérios dos votantes.

Controvérsias e Percepções

O Grammy já enfrentou diversas polêmicas. Em 2019, a ex-presidente Deborah Dugan revelou que um “comitê secreto” alterava nomeações para favorecer certos artistas. Após a polêmica com The Weeknd em 2020, esse comitê foi supostamente extinto.

Há também uma lista de artistas considerados injustiçados pelo Grammy, como Björk, Led Zeppelin e Katy Perry, que nunca ganharam um prêmio. Críticas sobre a falta de diversidade entre os vencedores das categorias principais e a percepção de estagnação também são frequentes.

O Rock no Grammy

Grammy Awards: O posicionamento de Harvey Mason Jr. e a necessidade de mudanças
Foto: Reprodução

O gênero rock tem uma história rica e complexa na premiação do Grammy, marcada por momentos icônicos e controvérsias ao longo das décadas. Nos anos 60, o Grammy começou a reconhecer o impacto do rock na música popular. Os Beatles ganharam seu primeiro Grammy em 1965, levando o prêmio de “Melhor Performance por um Grupo de Rock e Roll” com “A Hard Day’s Night“. A vitória dos Beatles marcou o início da aceitação do rock pela Academia.

Nos anos 70, bandas como Led Zeppelin e The Rolling Stones se destacaram. Led Zeppelin, apesar de seu enorme sucesso e influência, nunca ganhou um Grammy durante sua carreira ativa, o que é uma das grandes controvérsias da premiação. The Rolling Stones, por outro lado, ganharam seu primeiro Grammy apenas em 1986 com o álbum “Dirty Work”.

Os anos 80 viram a ascensão do rock clássico e do heavy metal no Grammy. Em 1989, o Grammy introduziu a categoria “Melhor Performance de Hard Rock/Metal”, mas a decisão de premiar Jethro Tull, uma banda de rock progressivo, em vez do favorito Metallica, causou grande controvérsia. Metallica, no entanto, conquistou seu primeiro Grammy no ano seguinte, em 1990, com “One”.

A década de 90 foi marcada pelo surgimento do grunge e do rock alternativo. Em 1992, Nirvana lançou “Nevermind“, um álbum que revolucionou o rock e ganhou o Grammy de “Melhor Performance de Música Alternativa“. Pearl Jam também ganhou destaque, levando o prêmio de “Melhor Performance de Hard Rock” em 1996 com “Spin the Black Circle“. Em 1995, o Grammy introduziu a categoria “Melhor Álbum de Música Alternativa“, refletindo a evolução do gênero. O primeiro vencedor foi “Voodoo Lounge” dos Rolling Stones, mostrando a transição e a aceitação do rock alternativo pela Academia.

Nos anos 2000 e 2010, o Grammy continuou a reconhecer uma ampla gama de subgêneros de rock. Bandas como Foo Fighters, Green Day e Coldplay ganharam múltiplos prêmios, consolidando seu lugar na história do Grammy. Foo Fighters, em particular, se tornaram favoritos da premiação, ganhando 12 Grammys ao longo de sua carreira. No entanto, a premiação ainda enfrentou críticas por seu reconhecimento tardio de bandas influentes. O Grammy Lifetime Achievement Award, por exemplo, foi concedido a Led Zeppelin apenas em 2005, décadas após sua contribuição seminal para o rock. De 2010 em diante, a premiação estagnou, relegando o rock alternativo a um segundo plano, refletindo um distanciamento das novas tendências e subgêneros dentro do rock.

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