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Foi com pontualidade e energia de sobra que o Europe subiu ao palco do Monsters of Rock no Allianz Parque, no dia 19 de abril. Logo às 17h20, com o céu paulistano dando sinais de que a chuva poderia cair a qualquer momento, Joey Tempest e companhia mostraram que tempo fechado não é obstáculo quando se tem décadas de estrada e um repertório repleto de clássicos.

Europe prova que ainda tem muita lenha pra queimar no Monsters of Rock | Foto: Renan Faciolo
Europe prova que ainda tem muita lenha pra queimar no Monsters of Rock | Foto: Renan Faciolo

Abrindo com “On Broken Wings” e emendando com “Rock the Night”, o Europe deu o tom da noite. Era uma apresentação que valorizava a nostalgia, mas que também fazia questão de mostrar que o grupo continua vivo, com força criativa e fôlego de sobra. Joey Tempest, sempre carismático, parecia animado com a recepção calorosa e se comunicou com o público em português durante toda a apresentação. “Todo mundo”, “canta comigo”, “olá São Paulo” e até alguns palavrões bem colocados arrancaram risos e gritos da multidão. A presença de palco dele impressiona. Corre de um lado ao outro, interage, canta com energia e parece determinado a não deixar nenhum espaço vazio de atenção.

A banda, completada por John Norum na guitarra, John Levén no baixo, Mic Michaeli nos teclados e Ian Haugland na bateria, mostrou o quanto ainda está afiada. Norum, em especial, entregou solos precisos e poderosos, equilibrando melodia e peso com facilidade. Quem conhece o Europe apenas pelos hits pode se surpreender ao vivo. Há mais pegada hard e densidade sonora do que muita gente espera. E isso ficou evidente com faixas como “Scream of Anger” e “Walk the Earth”, que deram um peso a mais ao setlist e provaram que o grupo não vive apenas de passado.

Ainda assim, é inegável que os momentos mais marcantes da apresentação vieram com os clássicos. Quando “Carrie” começou, o Allianz virou um mar de lanternas de celular e vozes emocionadas. Um daqueles instantes que mostram por que certos hits atravessam gerações. E no final, quando “The Final Countdown” ecoou pelos alto-falantes, o estádio inteiro pareceu explodir em festa. É o tipo de música que já virou patrimônio afetivo do rock. Ouvi-la ao vivo, com a energia da banda e do público em sintonia, é uma experiência que nenhum fã deveria deixar passar.

O Europe passou por Brasília antes do festival e deve lançar um novo álbum em 2026. Mas foi em São Paulo que deu a maior prova de que ainda tem muito a oferecer. O show no Monsters of Rock não foi apenas uma celebração da carreira da banda, foi uma reafirmação de que Joey Tempest e seus companheiros ainda sabem como conquistar uma plateia. E mais do que isso, ainda se divertem fazendo isso. Quem estava ali viu uma banda entrosada, apaixonada pelo que faz e consciente da sua importância. Um show que começou com o peso de quem sabe onde pisa e terminou com a leveza de quem sabe exatamente o que entrega.

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