Chris Wescley 
By Ygor Monroe
O Knotfest 2024 começou com a Eskröta, e nem a chuva que caiu sem parar no Allianz Parque foi capaz de conter a força da banda. Yasmin Amaral (vocal e guitarra), Tamyris Leopoldo (baixo) e Jhon França (bateria) subiram no palco sem cerimônia, com uma presença tão poderosa que fez o público, mesmo ensopado, se jogar com tudo desde os primeiros acordes de “Grita”. A atmosfera pesada, combinada com letras diretas, já mostrava que a Eskröta não veio para fazer qualquer abertura, vieram para deixar marca.
Com uma setlist curta, por conta do tempo apertado, a banda não perdeu tempo: “Eticamente Questionável”, “Cena Tóxica” e “Playbosta” foram verdadeiros tiros de energia pura. Cada música soou como um manifesto, com riffs agressivos e uma bateria que conduzia a multidão sem pausa para respirar. Quando “Não Entre em Pânico” e “Exorcist in the Pit” surgiram, o público estava totalmente imerso, participando de um mosh que, além de tudo, tinha um significado: o mosh feminista. E quando a banda trouxe ao palco The Mönic, foi o momento de consolidar o espaço para as mulheres dentro da cena pesada, não só em cima do palco, mas no meio da roda também.
Além do som brutal e das letras que abordam questões sociais com força, a Eskröta soube criar uma experiência visual marcante. Balões com o nome da banda pairavam sobre a galera, adicionando um contraste quase lúdico à violência sonora que ecoava pelo Allianz. Essa mistura de elementos foi o toque que elevou o show para algo maior do que música.
Desde sua formação em 2017, a Eskröta tem ganhado espaço com sua sonoridade única e letras em português que vão direto ao ponto. Depois do impacto causado com o EP Eticamente Questionável (2018), a banda não parou mais. Discos como Ultriz (2019), Cenas Brutais (2020) e o mais recente álbum, Atenciosamente, Eskröta (2023), só confirmam o crescimento do trio. Produzido por Yasmin Amaral, o último trabalho mostra que elas continuam afiadas e comprometidas com seu som.
