Ygor Monroe 
Eliza 
Quando se fala de peso e brutalidade, o metal brasileiro sempre tem um lugar de destaque. E se tem uma banda que representa essa força nos últimos anos, é a Eminence. Surgida nas terras férteis de Belo Horizonte, berço de grandes nomes como Sepultura, a banda foi criada em 1995 e, desde então, vem traçando uma trajetória sólida no cenário do metal nacional e internacional. Mais do que uma promessa, a Eminence se tornou um dos pilares do metal moderno no Brasil, com uma sonoridade que mistura agressividade e técnica de forma explosiva.
A Eminence começou como muitos grupos da época: tocando em pequenos bares, enfrentando dificuldades, mas sempre com a garra de quem acredita na própria arte. A mistura de influências de bandas de thrash e death metal dos anos 90, como Pantera e Machine Head, com toques mais modernos, deu ao grupo uma identidade única. O primeiro álbum, Chaotic System (1999), já dava pistas do que estava por vir: peso, letras reflexivas e uma produção caprichada para os padrões de uma banda independente. Foi o pontapé inicial de uma carreira que, apesar das dificuldades, nunca deixou de impressionar pela consistência e qualidade.
Conforme a banda evoluía, sua importância dentro do metal nacional crescia. A Eminence se destacou por trazer algo que ia além do som cru e visceral. Eles souberam incorporar elementos novos, como passagens melódicas e grooves marcantes, sem perder a identidade. Para o gênero, isso representou um respiro de inovação, em um momento em que o metal mundial buscava novos caminhos. Eles ajudaram a manter o metal brasileiro relevante, não só em solo nacional, mas também no exterior. A prova disso foi a turnê europeia que a banda realizou no início dos anos 2000, conquistando o respeito de fãs e da crítica especializada.
Entre os grandes hits da Eminence, músicas como “Unfold”, “No Code” e “The Stalker” se destacam por capturar a essência do som do grupo. Com riffs potentes, vocais furiosos e uma energia de palco que é quase palpável, esses sons não só se tornaram favoritos dos fãs, como também elevaram o nome da banda ao patamar de referência dentro do metal brasileiro. Em particular, o álbum The Stalker (2013) marcou um ponto de virada na carreira da banda. Produzido por Tue Madsen, um dos maiores produtores do metal mundial, o disco trouxe um som mais polido, mas sem perder a agressividade característica, mostrando que a Eminence sabia como crescer e se adaptar, sem jamais comprometer sua autenticidade.
Momentos históricos não faltam na trajetória da Eminence. Além das turnês pela Europa e América Latina, tocar ao lado de bandas icônicas do metal mundial, como Slayer e Sepultura, foi um marco na história do grupo. Cada show foi uma celebração do metal em sua forma mais pura, e cada álbum lançado reforçou a posição da Eminence como uma das principais forças do metal nacional. Um dos momentos mais marcantes veio com a participação no Rock in Rio em 2015, onde a banda mostrou para o mundo que o metal brasileiro ainda está vivo e pulsante.
Hoje, com quase três décadas de estrada, a Eminence continua se reinventando, sem nunca abandonar suas raízes. A banda conseguiu o que poucas conseguem: evoluir, crescer e se adaptar ao longo dos anos, mantendo o respeito de seus fãs e sempre atraindo novas gerações. Em 2024, a banda marcará mais um capítulo em sua história ao fazer parte do line-up da edição brasileira do festival Knotfest, idealizado pelo Slipknot.
