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Às onze e meia da manhã, quando muita gente ainda estava pegando fila, comprando cerveja ou simplesmente acordando, o Stratovarius já estava no palco do Allianz Parque fazendo o que sabe fazer de melhor: despejar power metal na cabeça do público. Foi assim que começou o Monsters of Rock 2025 em São Paulo, numa manhã de 19 de abril que, convenhamos, não parecia exatamente o horário ideal para esse tipo de música. Mas quem disse que isso é problema para uma banda que vive na estrada há mais de três décadas?

Stratovarius abre o Monsters of Rock 2025 com energia de sobra e muito power metal | Foto: Renan Faciolo
Stratovarius abre o Monsters of Rock 2025 com energia de sobra e muito power metal | Foto: Renan Faciolo

O quinteto finlandês, formado por Timo Kotipelto nos vocais, Jens Johansson nos teclados, Matias Kupiainen na guitarra, Lauri Porra no baixo e Rolf Pilve na bateria, parece ter nascido para esse tipo de missão. Não importa o horário, o tamanho do palco ou a quantidade de pessoas na plateia. Eles entregam tudo. E foi exatamente isso que aconteceu.

O Stratovarius tinha uma hora para fazer valer cada segundo e conseguiu. A estratégia foi simples, direta e eficiente: investir pesado nos clássicos, com algumas pitadas do presente. O público respondeu logo de cara quando a banda abriu o show com “Forever Free”, aquela música que já carrega na introdução a promessa de que dali pra frente não tem mais volta. A sequência manteve o gás com “Eagleheart” e “Speed of Light”, faixas que sintetizam bem a essência desse power metal veloz, melódico e cheio de refrões grudentos que, quando bate, faz qualquer metaleiro erguer o punho no ar.

Claro que também teve espaço para as músicas mais novas, como “World on Fire” e a própria “Survive”, do disco de 2022. Ambas funcionaram muito bem ao vivo, especialmente para quem acompanha as fases mais recentes da banda. Mas é inegável que são momentos como “Eternity” e o fechamento apoteótico com “Black Diamond” que realmente mostram por que o Stratovarius segue relevante depois de tanto tempo.

Se o sol escaldante atrapalhava as luzes, pelo menos iluminava um palco que, mesmo simples, tinha aquele cuidado visual típico dos europeus. Mas nada, absolutamente nada, chama mais atenção do que o próprio desempenho da banda. Timo Kotipelto segue sendo um frontman de manual. Corre de um lado para o outro, interage com o público, puxa palmas, comanda coros e, mais importante, canta muito bem. A voz está lá, firme, potente, afinada.

E Lauri Porra… Que figura. O cara parece saído direto de um manual ilustrado de como ser carismático no palco. Cabelão, poses, olhares desafiadores para o telão, ele rouba a cena o tempo inteiro. É aquele tipo de baixista que não se contenta em ser coadjuvante.

Matias Kupiainen é outro ponto fora da curva. Substituir Timo Tolkki, que além de guitarrista foi o principal compositor da fase de ouro da banda, nunca seria tarefa fácil. Mas a verdade é que Matias não só deu conta do recado como hoje parece absolutamente à vontade no papel. Seus solos são precisos, suas bases são poderosas, e ele consegue imprimir um frescor que, de certa forma, renova o som do Stratovarius sem perder o DNA.

O desfecho veio como manda o figurino: “Hunting High and Low” colocou todo mundo pra cantar. E, como de costume, Kotipelto fez questão de provocar a rivalidade sul-americana, perguntando qual país tinha o público mais barulhento. Não importa quantas vezes esse truque seja usado, ele funciona. E funciona muito. A plateia brasileira, como sempre, se entregou, gritou, cantou e fez valer sua fama mundial.

O Monsters of Rock estava só começando, e se depender do Stratovarius, começou do jeito certo. Energia lá em cima, riffs certeiros, refrões colantes e aquele sentimento de que, sim, o power metal ainda pulsa forte no coração de quem sabe exatamente por que saiu de casa tão cedo naquele sábado.

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