Stone Temple Pilots entrega show intenso e nostálgico em São Paulo

Não é todo dia que se testemunha uma banda como o Stone Temple Pilots revisitando sua própria história com tanta entrega. Na última quinta-feira, dia 22 de maio, o quarteto americano subiu ao palco do Terra SP, na zona sul de São Paulo, para um show que, sem exagero, pode ser descrito como um verdadeiro mergulho na fase mais emblemática da carreira.

Stone Temple Pilots entrega show intenso e nostálgico em São Paulo | Gabriel Eustaquio
Stone Temple Pilots entrega show intenso e nostálgico em São Paulo | Gabriel Eustaquio

O grupo, que está fazendo uma breve turnê pela América do Sul, apostou em um setlist carregado de nostalgia, focando inteiramente nos quatro primeiros álbuns, aqueles que moldaram sua identidade nos anos 1990. Nada de material da fase com Chester Bennington e muito menos da era atual com Jeff Gutt. A decisão, que poderia soar arriscada, acabou sendo um presente para os fãs brasileiros, que lotaram a casa e cantaram do começo ao fim.

Pontuais, os músicos apareceram três minutos antes do horário marcado, às 21h27, e ficaram no palco até às 23h, mostrando que não estavam ali para enrolar. Foram 17 músicas na sequência, com espaço generoso para o disco “Purple”, que em 2024 completou trinta anos. É impressionante como essas músicas continuam soando atemporais, com peso, melodia e aquele equilíbrio perfeito que marcou a explosão do grunge na década de 1990.

Jeff Gutt, que desde que assumiu os vocais enfrenta o peso natural da comparação com Scott Weiland, mostrou mais uma vez por que foi bem aceito pelos fãs. Carismático, seguro e extremamente respeitoso com o legado da banda, ele não se limitou a reproduzir as músicas. Fez questão de estar próximo do público o tempo todo, desceu até a área PCD para cumprimentar pessoalmente um fã cadeirante e não pensou duas vezes antes de caminhar literalmente sobre a grade, com apoio dos seguranças, para se jogar no público no encerramento com “Sex Type Thing”.

A química dos irmãos DeLeo segue sendo um dos pontos altos da performance. Robert e Dean não só entregam uma base sólida, como esbanjam carisma, brincam entre si e com o público, jogam palhetas o tempo inteiro e não escondem o prazer de estarem ali. Robert, aliás, não perdeu a chance de reafirmar seu amor declarado pela música brasileira. Além de soltar um simpático “olá” e um “obrigado” em português, arrancou risos e aplausos ao dizer que “dizem que quando um músico morre, ele renasce no Brasil. Aqui estamos, vivos, no Brasil”.

O Stone Temple Pilots mostrou que sabe, como poucos, equilibrar peso, melodia e emoção. E se é verdade que o tempo cobra de todos, ele não parece ter arranhado a conexão da banda com sua própria história. Foi uma noite intensa, barulhenta e cheia de amor pela música que moldou uma geração inteira. São Paulo entregou, e eles retribuíram na mesma moeda.

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