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Poucas bandas nos últimos anos causaram tanto impacto e mistério quanto o Sleep Token. Liderado por um vocalista conhecido apenas como Vessel, o grupo britânico emergiu das sombras em 2016 e rapidamente se destacou por sua estética enigmática, sonoridade inclassificável e uma base de fãs extremamente devota. Em menos de uma década, passaram de um projeto underground a um dos nomes mais falados da cena mundial.

O início nas sombras (e nos palcos vazios)

Sleep Token surgiu como uma entidade quase religiosa. Com os integrantes mascarados e envoltos em um conceito espiritual, a banda afirma adorar uma divindade chamada “Sleep”, à qual suas músicas são dedicadas como uma espécie de oferenda. A proposta artística sempre foi levada a sério, com o anonimato reforçando a ideia de que a música deve falar por si — e falou alto.

Mas o começo foi difícil. Apesar da proposta única, a banda enfrentou uma realidade cruel: shows para plateias vazias ou com poucas dezenas de pessoas, principalmente nos anos de 2017 e 2018. Quem viu o Sleep Token nesses palcos menores, muitas vezes em horários ingratos e sem estrutura, hoje presencia um fenômeno raro: a transformação completa de um culto underground em um sucesso global.

Crescimento e refinamento

Em 2019, com o lançamento do álbum de estreia Sundowning, a maré começou a mudar. Misturando elementos de metal progressivo, R&B, ambient e post-rock, a banda ofereceu uma sonoridade única, melancólica e poderosa. O segundo disco, This Place Will Become Your Tomb (2021), consolidou essa identidade e atraiu mais ouvintes, ainda que a banda permanecesse um segredo bem guardado da cena alternativa.

A explosão: de 2023 a 2025

Casas lotadas se tornaram comum para o Sleep Token

Tudo mudou com o terceiro álbum, Take Me Back to Eden (2023). Os singles “Chokehold” e, principalmente, “The Summoning” viralizaram no TikTok e Spotify. Em janeiro de 2023, a banda tinha menos de 300 mil ouvintes mensais; ao fim do mesmo mês, ultrapassava 1,5 milhão. “The Summoning” chegou ao topo do Viral 50 do Spotify, e o álbum se tornou o mais ouvido do ano no gênero metal — com mais de 357 milhões de streams, superando inclusive o 72 Seasons, do Metallica.

Mas a verdadeira consolidação como fenômeno global veio em 2025, com os novos singles “Emergence” e “Caramel”. Este último se tornou um hit mundial, alcançando a primeira posição no “Top Songs Debut Global” do Spotify — superando nomes como Ed Sheeran e Miley Cyrus na mesma semana, além disso a banda também atingiu os 7.8 milhões de ouvintes mensais na mesma plataforma. “Caramel” também entrou para os vídeos mais assistidos em todo mundo, figurando entre os trending topics do YouTube Brasil (em 25º) e diversos outros países.

“Caramel” em #1 no Top Songs Global do Spotify

E o resultado é claro: a nova turnê do Sleep Token, marcada para setembro de 2025, teve seus ingressos esgotados em poucas horas — em casas com média de 20 mil pessoas por noite. Palcos onde antes havia silêncio e espaço de sobra, agora são tomados por fãs que cantam cada verso como se estivessem em um culto, de olhos fechados, em transe coletivo.

Uma nova era

O Sleep Token representa uma nova geração do metal e do rock alternativo: emocional, conceitual, visualmente marcante e musicalmente ousado. É música feita para tocar a alma, com camadas complexas que vão do gutural ao falsete, da fúria à contemplação.

Com fãs que tratam os shows quase como rituais e números que impressionam até os maiores nomes da indústria, o Sleep Token segue em ascensão meteórica — sem entrevistas, sem rosto, sem ego. Apenas arte.

E talvez esse seja o maior poder da banda: fazer com que milhares de pessoas ao redor do mundo se sintam parte de algo maior. Algo que não se explica. Só se sente.

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