Bom, antes de mais nada, vamos acabar com o mito: mosh não é uma briga generalizada em que todo mundo sai com hematomas por diversão. Apesar de parecer pura selvageria para quem vê de fora, o mosh é quase uma arte… uma arte caótica, claro, mas cheia de propósito.
Tudo começou lá nos anos 70, na Califórnia, no meio da cena punk hardcore. Shows de bandas como Black Flag, Circle Jerks e Dead Kennedys estavam mais para rituais de purgação coletiva do que para apresentações musicais. Um tal de Dave Wood, roadie dos The Weirdos, teria popularizado a ideia em um show no The Roxy, em 1977, e dizem que foi ali que nasceu o primeiro mosh pit oficial.
E o nome? Esse é um clássico das boas histórias do rock. O Bad Brains, com seu vocalista cheio de sotaque jamaicano, gritou “mash it up” em um show. A galera entendeu “mosh pit” e o resto é história. Isso é o punk em essência: transformar um mal-entendido em um movimento cultural.
O mosh não parou por aí. Nos anos 80, quando o hardcore começou a se ramificar e o grunge de Seattle surgiu, o mosh foi junto. Shows de bandas como Nirvana e Pearl Jam transformaram o termo em algo tão comum quanto pedir cerveja no bar. Mas o espírito do mosh? Esse ainda mora no underground, naquele calor insano de um show suado onde ninguém liga para o mundo lá fora.
Ah, e tem regras, tá? Não é bagunça. Se alguém cai, você ajuda a levantar. Se trombou com alguém, dá aquele olhar de “foi mal, irmão” e segue. Respeito no caos é o que mantém a coisa funcionando. O mosh é sobre energia, sobre se conectar com a música de um jeito visceral e, no fim, sobre fazer parte de algo maior do que você mesmo.
Agora, me diz: você já se jogou no mosh ou ainda tá na beirada do pit pensando se entra? Porque, amigo, uma coisa é certa: do lado de fora, você só tá assistindo. No mosh, você vive.